
Digo novamente porque em 2005 já houve uma "enxugada" na grade da engenharia. O curso contava com uma média de 4400 horas/aula e passou a ter 3700 horas/aula. Ou seja, de seis anos de curso, passou a ter cinco anos.
A reestruturação pretende formar engenheiros mais empreendedores, com uma base curricular voltada bastante para os negócios, como já acontece em várias faculdades privadas pelo país.
Segundo o CNE, os maiores problemas do curso de engenharia estão situados na carga horária das matérias teóricas deixando para trás a prática.

O que está tentando ser feito é diminuir ainda mais as horas/ aula dos, atualmente, cinco anos para quatro ou menos.
Um curso tecnólogo hoje em dia dura três anos.
Porém, para que isso aconteça no Brasil, tem que se mudar a formação básica dos jovens, ainda no ensino médio.
Hoje os adolescentes aptos a ingressar numa faculdade saem do ensino médio sem saber para que serve a fórmula de Bhaskara, ou sequer sabem a aplicação das Leis de Newton.
É preciso investir na base antes que mudar as grades das faculdades.
Conversamos com o Professor Mestre em Engenharia Renato De Marchi Vieira dos Santos sobre o assunto. Ele comentou sobre as diferenças entre a época em que se formou e os estudos atualmente: " Me formei em 2007. A diferença que vejo hoje está relacionado ao acesso à informação. A internet era quase inexistente, cara e lenta. Hoje temos simuladores de processo, por exemplo e vários bancos de dados digitais que dão ferramentas tecnológicas bem avançadas para a engenharia. Nosso curso formava muito o famoso engenheiro calculista e não tinha conceitos sobre oportunidades de melhoria e performance, gestão de negócios e interdisciplinaridade como se vê hoje nos cursos de engenharia. Fazíamos cálculos de processos industriais de 4 ou 5 páginas cada exercício mas não tinha uma aplicação ou não sabíamos de fato o que estávamos fazendo. Hoje tudo pode ser determinado por meios e conceitos tecnológicos de modo mais rápido e efetivo."
O professor disse que a reestruturação pode ser boa se o intuito for suprir a demanda do mercado de trabalho, mas se for só para satisfazer desejos econômicos das universidades particulares será uma verdadeira demência.
Sobre o tamanho da grade de aulas, o professor diz ainda ser pequena: "Na graduação vemos apenas os fundamentos de todos os conceitos. As explorações e experimentações de novos conceitos devem ser mais amplamente explicitados aos alunos e deixar o futuro profissional muito mais confiante. Pegue qualquer livro da área técnica de engenharia e você verá o volume de páginas. Disso tudo, passamos apenas os fundamentos para que o profissional possa ao menos saber onde encontrar sua informação."
Hoje temos o conhecimento de que o engenheiro é multidisciplinar, podendo atuar em diversas áreas, tanto técnica quanto econômico-administrativa.
"O engenheiro deve ser um estrategista, solucionador de problemas (e por que não conflitos) e também sempre atuar de modo a melhorar continuamente. De nada adianta projetar algo se ele não for economicamente viável, por exemplo. O conhecimento de gestão e administração é atributo "sine qua non" de um engenheiro" Complementa Renato.
O professor disse que a reestruturação pode ser boa se o intuito for suprir a demanda do mercado de trabalho, mas se for só para satisfazer desejos econômicos das universidades particulares será uma verdadeira demência.
Sobre o tamanho da grade de aulas, o professor diz ainda ser pequena: "Na graduação vemos apenas os fundamentos de todos os conceitos. As explorações e experimentações de novos conceitos devem ser mais amplamente explicitados aos alunos e deixar o futuro profissional muito mais confiante. Pegue qualquer livro da área técnica de engenharia e você verá o volume de páginas. Disso tudo, passamos apenas os fundamentos para que o profissional possa ao menos saber onde encontrar sua informação."
Hoje temos o conhecimento de que o engenheiro é multidisciplinar, podendo atuar em diversas áreas, tanto técnica quanto econômico-administrativa.
"O engenheiro deve ser um estrategista, solucionador de problemas (e por que não conflitos) e também sempre atuar de modo a melhorar continuamente. De nada adianta projetar algo se ele não for economicamente viável, por exemplo. O conhecimento de gestão e administração é atributo "sine qua non" de um engenheiro" Complementa Renato.
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Professor MSc Renato de Marchi Vieira dos Santos |
O Professor Renato tem Graduação em Engenharia Química e é Licenciado em Química. Especializações em Engenharia, Gestão e Educação. Mestrado em Engenharia Mecânica. Doutorando em Engenharia de Processos. Atuação como docente em cursos de engenharia. Professor coordenador dos cursos: Engenharia da Computação, Engenharia Química e Engenharia Mecânica da Faculdade ESAMC Santos. Sócio efetivo da Associação Brasileira de Engenharia Química - ABEQ, da Sociedade Brasileira de Química - SBQ, American Institute of Chemical Engineers - AIChe e da Sociedade Brasileira da Computação. Membro da The American Society of Mechanical Engineers - ASME e do Project Management Institute - PMI. Possui as certificações CAPM (Certified Associate Project Manager) do Project Management Institute - PMI, ITIL Foundation V3 da Axelos Global Best Practice e Lean Six-Sigma White Belt da EDTI - Especialistas em Six Sigma.
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